segunda-feira, 22 de julho de 2013

Para Gomes, exposição de quadro de Manuela foi "inconsequente, no mínimo"

Autor de artigo sobre a nudez na Câmara de Porto Alegre decidiu retirar foto onde um jovem nu exibe quadro de ex-vereadora no meio das pernas, por não endossar a atitude do rapaz. 

Entenda o caso
O jornalista Pedro Henrique Gomes escreveu um artigo sobre a nudez de jovens na Câmara de Vereadores em Porto Alegre/RS. O artigo foi publicado no Portal Sul 21 e tem como ilustração a foto de Ramiro Furquim na qual 23 jovens aparecem nus e um deles exibe no meio das pernas o retrato da ex-vereadora do PCdoB Manuela D'Ávila, atual deputada federal pelo PCdoB/RS.

A exposição foi condenada como machista pela própria deputada e por uma
onda de comentários nas redes sociais. Em nota publicada em seu site, a União da Juventude Socialista (UJS) considera que o machismo do jovem na foto é direcionado "a todas as mulheres que lutam e ocupam espaços de poder e vai contra o sentimento das ruas, em que a juventude se mobiliza por avanços no cenário político nacional".
Pedro Gomes, que é da Associação de Criticos de Cinema do RS, comentou no
UBM: "luta por mais mulheres na política continua".
Portal Sul 21 e em seu blog "Tudo é Crítica" que "não endossa a atitude do rapaz que aparece segurando o quadro da Manuela, pois isso nada tem a ver com um possível conteúdo político do nu em questão". Para ele, " o nu não deveria chocar, tampouco ser considerado revolucionário. O corpo simplesmente é". Sobre a atitude de exposição do retrato, ele classifica como "um impulso bem inconsequente, no mínimo". E anuncia: "Em meu blog, alterei a imagem, substituindo por outra, sem o quadro da ex-vereadora".

Repercussão
A decisão do autor foi saudada nessa noite (22/07) pela coordenadora municpal de Porto Alegre/RS da União Brasileira de Mulheres (UBM) Fabiane Dutra Oliveira. "Achamos em tempo a decisão de retirar a foto", comentou ela, embora ache que não seja o suficiente. Segundo ela a atitude do autor não muda "o que já está feito, mais uma demonstração de imaturidade e machismo, preconceito sobre o papel das mulheres nas transformações". Ela disse que gostaria de uma retratação do Portal Sul 21, onde a foto permanece publicada, e do Bloco de Lutas. E anuncia que durante o dia 23/07 haverá reunião da UBM para planejar protestos contra esses e outros machismos. "Nossa luta continua por mais mulheres na política", afirma ela. "Seria bom que o Sul 21 e o Bloco de Lutas fossem aliados, e não adversários nessa luta por maior participação das mulheres no processo de decisão", conclui.

Em tempo
No site da Marcha Mundial das Mulheres foi publicado artigo também condenando a atitude da exposição do quadro da ex-vereadora. O artigo assinado pela socióloga Vanessa Gil, considera " desnecessário e de um profundo mau gosto utilizar uma foto da ex-vereadora e agora deputada Manuela D’Ávila no protesto. Qual era o objetivo mesmo? Assim, tenho resistência com a nudez quando, no lugar de trazer o debate da mercantilização do corpo, ela reforça o machismo. E isso é exatamente o que parece acontecer com o caso da foto e a reação ao discurso conservador que se seguiu" avalia.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A explosão do jornalismo, segundo Ignacio Ramonet


A explosão do jornalismo, segundo Ignacio Ramonet

Em seu novo livro, "L’Explosion du journalisme. Des médias de masse à la masse des médias", o antigo diretor do Le Monde Diplomatique analisa a mudança profunda do que ele chama de “ecossistema midiático” e o fim inelutável de uma grande parte da imprensa escrita. Os grandes grupos midiáticos constituídos nas décadas de 80 e 90 mostram-se ineficazes face à proliferação dos novos modos de difusão da informação. Os grandes jornais perdem leitores no papel, mas crescem na internet.



Em "L'Explosion du journalisme. Des médias de masse à la masse des médias" Ramonet dedica várias páginas à natureza da informação na era da internet 2.0. Circulando à velocidade da luz, ela se inscreve em um processo dinâmico e torna-se um trabalho em curso jamais acabado. Em troca, dinossauros certamente em via de extinção, os grandes grupos midiáticos constituídos nas décadas de 80 e 90 mostram-se ineficazes face à proliferação dos novos modos de difusão da informação. Os grandes jornais perdem inexoravelmente leitores no papel, mas não param de ganhá-los na Web (43 milhões de internautas leem o New York Times). 120 jornais diários desapareceram nos Estados Unidos (25 mil empregos destruídos entre 2008 e 2010). A circulação da imprensa escrita cai cerca de 10% ao ano. Como o Christian Science Monitor, vários grandes órgãos de imprensa viram suas edições impressas afundarem. Terceiro maior grupo multimídia do mundo, a News Corporation (Rupert Murdoch) reconheceu perdas anuais superiores a 2,5 bilhões de dólares. O Financial Times, uma das vozes mais prestigiadas do capitalismo liberal no mundo, paga seus editores três dias por semana. Quando os sites dos grandes jornais passaram a ser pagos (como o Times), a visitação despencou (de 22 milhões para 200 mil). Libération ou Mediapart escolheram um modelo de pagamento parcial. Cabe registrar que se a imprensa da internet é, no momento pelo menos, quase gratuita, isso se deve ao fato de que ela é subvencionada pelos leitores da imprensa escrita.

11 de julho Trabalhador@s são o Brasil

11 de julho de 2013. O dia em que a classe trabalhadora entra de forma organizada reforçando o sentido progressista do clamor das ruas, deflagrando uma greve geral como não se via desde 1989 no país. Uma data tão importante merecia uma cobertura diferenciada. 

Na cidade de Porto Alegre/RS, uma das capitais onde a greve ocorreu de maneira mais intensa, uma equipe de comunicadores do Barão Gaúcho (Catiano Ott Azeredo, Lucas Bernardes e Tatielly Pinto) sai às ruas para captar as imagens dos principais focos de manifestações. O resultado são mais de duas horas de imagens, que foram convertidas no vídeo de 7 min 30  seg que agora vai para as redes sob o titulo "11 de julho: Trabalhador@s são o Brasil". 

Percorra episódios importantes desse dia intenso: as centrais sindicais unificadas para apoiar a greve de motoristas e cobradores da Carris às 04h da manhã, a esquina democrática vazia em plena quinta-feira, o depoimento das lideranças no monumento ao Laçador, o ato de escracho ao monopólio da mídia em frente a RBS, as falas na Praça Gênio Peres colorida com bandeiras de centrais e movimentos "caminhando e cantando e seguindo a canção". 

A Greve Geral mostrou que sem trabalhador@s, o país para. Nada mais justo que sejam ouvidos, que sejam valorizados. Enquanto isso não acontecer, a luta continuará, nas redes, nas ruas, em todos os lugares.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Paralisação integra Sindicatos, Entidades e Movimentos Sociais em Porto Alegre

A equipe do Barão Gaúcho participou do ato e ocupou os espaços público de Porto Alegre.
Além de uma paralisação, foi um ato que unificou Trabalhadores, Estudantes e Membros dos movimentos sociais por uma única causa: Enfrentar os problemas sociais cotidianos.
Estivemos o dia coletando assinaturas para o abaixo-assinado que propõe democracia nas mídias e levamos nossa estimada faixa para a paralisação.


Por passagem pela Zero Hora, entoamos nosso grito contra o monopólio e oligopólio que ela institui no estado e contra a criminalização dos movimentos sociais.
Houve um ato escrachado na portaria do prédio com o lançamento de 100 kg de esterco, simbolizando a retribuição de tudo que ela transpassa para a população sul-brasileira.

Ao todo, a ação chegou a reunir entre 1,5 mil e 2 mil pessoas , além de bandeiras de organizações como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União da Juventude Socialista (UJS),  a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Estadual dos Estudantes (UEE Livre), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a União Brasileira de Mulheres (UBM), o Movimento Negro (UNEGRO), a União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMESPA) e os partidos PCdoB, PPL e PT.


Saindo da Rótula do Papa, do Laçador, da Ubirici e da Ocupação na Barros Cassal, os movimentos se encontraram no Largo Glênio, onde foram recepcionados por um caminhão de som, com bandas artísticas e palavras de ordem dos movimentos sociais e sindicatos.


Para o Presidente Estadual da CTB, Guiomar Vidor: "A unidade construída pelas centrais sindicais, as bandeiras que se levantaram e o momento político que estamos vivendo motivou uma adesão que acabou elevando as expectativas, tanto na capital quanto no interior do estado."

Para o Presidente da UJS de Porto Alegre, Marcos Puchalski: " o ato de hoje foi um dia que os movimentos sociais organizados saíram mais uma vez às ruas. A história do Brasil é marcada por momentos como o de hoje, momento em que o povo vai às ruas pedir para que demandas de vários setores da população sejam atendidos. O momento é de ir ás ruas para avançar."

Para a Coordenadora da UBM de Porto Alegre, Fabiane Dutra: "O ato de hoje foi uma demonstração de que os movimentos sociais organizados são capazes de mobilizar pessoas que mostram a cara e suas lutas por mais direitos, mais democracia de forma pacífica, com pautas sérias"

E, para a representante do Barão Gaúcho, Cristina Ely: " O ato de hoje mostrou que o povo quer aprofundar as mudanças e tem bandeiras claras, como os 10% do PIB para educação, a jornada de 40 horas, a redução dos juros e a democratização da mídia."

Por Lucas Bernardes













Ato contra a espionagem americana - Dia 12/07 (Sexta-feira) às 14h00 - Consulado Americano!


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Audiência por Mídia Democrática Reúne Ativistas e Governo

Hoje pela manhã participamos da mesa da Audiência Pública que trata da democratização das mídias no estado. 
A Audiência tratou de alguns temas indispensáveis para a democratização, como a liberdade, a Pluralidade, a Diversidade e a Democracia dos meios de comunicação;

A FNDC apresentou um projeto nacional que trata de uma lei para a comunicação social eletrônica (Tv, Rádio...) e apresentou-o utilizando da Constituição Brasileira, dando ênfases no Respeito à Constituição, na Circulação de ideias, na Liberdade de expressão, na Promoção à diversidade, na Proteção às crianças com programas nocivos, na Garantia dos direitos aos espectadores e na Participação popular...

"O PCdoB defende como uma das principais reformas estruturais necessárias ao País a democratização da comunicação, ao lado da reforma política, agrária, urbana, tributária e da educação" Afirmou o Dep. Raul Carrion (PCdoB), que complementa: "Ninguém está falando em censura, estamos falando em democracia nos meios de comunicação"

Eliane Silveira destaca que "33% dos canais devem ser públicos, sendo a metade canais comunitários e com alcance de 80% da população". Complementa dizendo que "25% do valor arrecadado pelos canais privados devem ser concedidos a canais comunitários".

Para o representante do Barão gaúcho Lucas Bernardes, A oportunidade de haver uma audiência pública para a democratização das mídias já é um grande avanço para o estado e o país, "Devemos deter o monopólio e oligopólio das grandes mídias. É inadmissível que algumas famílias utilizem da 'liberdade de expressão' para ditar a vida das pessoas, concentrando toda a informação e verbas desse setor - muitas vezes, passando por cima da lei -. Já é hora de facilitar o surgimento de meios alternativos como opções para a população brasileira."

Para encerramento da audiência, o Dep Aldacir Olliboni (PT) convoca para nova audiência pública, em uma data para apresentar o projeto a todos os deputados do estado, e aplicou uma Moção de Apoio a um Novo Marco Regulatório.
 

Por Lucas Bernardes

terça-feira, 9 de julho de 2013

CMS lança vídeo "11 de julho Brasil vem pra luta!"


A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) lançou hoje (09/07) vídeo convocando participação no Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações que acontecerá em todo o país no dia 11 de julho. O video intitulado "11 de julho Brasil vem pra luta" é um convite a participar das manifestações do dia 11 de julho, mostrando imagens de protestos do presente e do passado, além de falas de lideranças juvenis que compõem a CMS, abordando pautas como a luta pelo passe livre, reforma política com realização de plebiscito popular, 10% do PIB para a educação com redução do superavit primário que transfere a riqueza do país para os banqueiros. O vídeo foi produzido e editado pelos integrantes do Núcleo Barão Gaucho Lucas Bernardes, Catiano Ott e Igor Pereira.
CMS demonstra vitalidade e unidade lançando vídeo
Os depoimentos foram gravados na sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em Porto Alegre/RS e são falas de lideranças de juventudes atuantes no movimento social, como o Levante Popular da Juventude, a Juventude do Partido dos Trabalhadores, a Juventude Pátria Livre, Juventude da CTB, União da Juventude Socialista, bem como lideranças do movimento estudantil representando a União Gaucha de Estudantes Secundaristas (UGES), União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e União Nacional dos Estudantes (UNE).
Vídeo demonstra vitalidade e unidade da CMS
Para o secretário da Juventude da CTB/RS Igor Pereira, que ajudou a elaborar o roteiro do vídeo, essa é uma iniciativa vitoriosa. "Mostramos a vitalidade e a unidade da CMS enquanto instrumento de articulação de forças vivas do movimento social, que tem um conteúdo e uma atuação em todo esse processo mais recente de lutas, sem perder de vista sua história" comemora.

Para Lucas Bernardes, a iniciativa é um passo adiante na capacidade de comunicação dos movimentos sociais. "É recente a possibilidade de lideranças dos movimentos populares conseguirem se expressar na linguagem audiovisual", constata. "Com o apoio estrutural da CTB, que fornceu câmera, espaço pra gravar e todo o necessário, demos um passo adiante na nossa capacidade de comunicação, explorando a linguagem do audiovisual na internet, cada vez mais popular e que deve ser apropriada pelos movimentos sociais", avalia.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Luis Nassif: Começou a verdadeira guerra da mídia

Estourou a guerra Google x Globo. Antes de entrar nos detalhes, vamos entender melhor o que ocorreu no universo midiático nos últimos anos. Desde meados dos anos 2000 estava claro, para os grandes grupos de mídia, que o grande adversário seriam as redes sociais.

Por Luis Nassif*, na Carta Capital


Rupert Murdoch, o precursor, deu a fórmula inicial na qual se espelharam grupos de mídia em países periféricos.

- Compra de redes sociais.

- Acesso ao mercado de capitais para alavancar o crescimento.

- Adquiriu jornais em vários países e fez a aposta maior adquirindo uma rede social bem colocada na época. Falhou. A rede foi derrotada pelos puros-sangues Google e Facebook.

Percebendo a derrota, Murdoch decidiu levar a guerra para o campo da política. Explorou alguns recursos ancestrais de manipulação da informação para estimular um clima de intolerância exacerbada, apelando para os piores sentimentos de manada, especialmente na eleição em que Barack Obama saiu vitorioso.

O candidato de Murdoch perdeu. Não foi por outro motivo que uma das primeiras reuniões de Obama, depois de eleito, foi com os capitães das redes sociais - Apple, Google e Facebook.

O caso brasileiro

No Brasil, sem condições de terçar armas com as grandes redes sociais, os quatro grandes grupos de mídia - Globo, Abril, Folha e Estado - montaram o pacto de 2005, seguindo a receita política de Murdoch.

Exploração da intolerância.

Nos EUA, contra imigrantes; aqui, contra tudo o que não cheirasse classe média. Nos EUA, contra a ascendência de Obama; no Brasil, contra a falta de pedigree de Lula.

Exploração da dramaturgia.

Um dos recursos mais explorados pela mídia de todos os tempos é conferir a personagens reais o mesmo tratamento dado à dramaturgia: transformando adversários em entidades superpoderosas, misteriosas, conspiratórias. O "reino de Drácula", no caso brasileiro, foi a exploração do tal bolivarianismo, a conspiração das FARCs.

Manipulação ilimitada do produto notícia.

É só conferir. A sucessão de capas da revista em sua parceria com Carlinhos Cachoeira. Ali, rompeu-se definitivamente os elos entre notícias e fatos. Instituiu-se um vale-tudo que matou a credibilidade da velha mídia.

Pressão contra a mudança do perfil da publicidade.

Historicamente, os grandes veículos sempre se escudaram no conceito de "mídia técnica" para impedir a pulverização da publicidade. Por tal, entenda-se a mídia que alcance o maior número possível de público leitor. Em nome desse conceito vago, investiu contra a Secom (Secretaria de Comunicação do governo) quando esta passou a diversificar sua verba de publicidade, buscando publicações fora do eixo Rio-São Paulo e, timidamente, ousando alguma coisa na Internet.

Quadro atual

Agora, tem-se o seguinte quadro.

A velha mídia montou uma estratégia de confronto-aliança com o governo. Mas suas vitórias resumiram-se a dificultar o acesso de blogs e da mídia regional às verbas públicas.

Na grande batalha, perdeu. O Google entrou com tudo no país. Este ano deverá faturar R$ 2,5 bilhões, tornando-se o segundo maior faturamento do país, através apenas da Globo, e na frente da Abril.

Tem se valido de duas das ferramentas que a velha mídia utilizava contra concorrentes menores: o BV (Bônus de Veiculação), para atrair as agências; e o conceito de "mídia técnica" (a de maior abrangência).

A Globo reagiu, atuando junto ao governo, e denunciando práticas fiscais do Google, de recorrer a empresas "offshore" para não pagar impostos. Agora, constata-se que a própria Globo também se valeu desse subterfúgio fiscal. E a denúncia é veiculada pelo blog de Miguel do Rosário, um dos mais brilhantes blogueiros oriundo dos novos tempos. A denúncia enfraquece a ofensiva da Globo contra o Google: por aí se entende o desesper do grupo, publicando desmentidos em todos os seus veículos.

E a velha mídia descobre que, em sua estratégia tresloucada para dominar o ambiente política, queimou todos os navios que poderiam levar a alianças com setores nacionais. Apostou no que havia de mais anacrônico, criou um mundo irreal para combater (cheio de guerrilheiros, bolivarianismo, farquismo etc.) e, quando os inimigos contemporâneos entraram em cena, não conseguiu desenvolver um discurso novo. Sua única arma é do tipo Arnaldo Jabor interpretando o Beato Salú e prevendo o fim do mundo e a invasão do chavismo.

É o bolor contra o mundo digital.

Dissidências internas

À medida em que a guerra avança, surgem os conflitos de interesse entre os próprios grupos da velha mídia.

O grupo Folha sentiu-se abandonado pelos demais grupos na sua luta para impedir que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) acabasse com a obrigatoriedade de se ter um provedor para ter acesso à Internet.

Por outro lado, a divulgação dos dados de publicidade do governo mostra que a estratificação das verbas beneficiou as emissoras de TV (especialmente a Globo), em detrimento das publicações impressas.

Em breve, a Secom deverá se posicionar nessa disputa.

Há três tendências se consolidando no âmbito da Secom:

O fim do conceito da "mídia técnica" que, antes, beneficiava os grupos nacionais e agora os prejudica.

O aumento de participação na Internet.

A suspensão de qualquer publicidade pública nas redes sociais.

*Luis Nassif é jornalista, colunista e blogueiro.



sábado, 6 de julho de 2013

Wilson Batista faria 100 anos: malandragem contra a opressão

A história da música popular brasileira se mistura à do país e está intimamente ligada à vida de seu povo. Mostra maneiras do povo para resistir à opressão e se afirmar enquanto pertencente a uma nação. O Brasil vivia em ebulição no início do século 20, refletindo nossa diversidade cultural e pluralidade de ideias em profusão. Wilson Batista é um dos representantes dessa fase do samba na então Capital Federal.

Por Marcos Aurélio Ruy*


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Unir a juventude que trabalha e estuda ao movimento sindical

Juventude Trabalhadora da CTB
Mais de 70 jovens trabalhadores e trabalhadoras de nove estados do país reuniram-se em Belo Horizonte/MG no 2º Encontro Nacional da Juventude Trabalhadora da CTB. O Encontro, que teve como lema "Unir a Juventude que trabalha e estuda a luta sindical", definiu o novo Coletivo Nacional de Juventude Trabalhadora e redigiu uma carta dos jovens trabalhadores que define os principais desafios para os jovens trabalhadores na atual quadra.

Os  membros do Coletivo Nacional de Juventude da CTB, composto por homens e mulheres do campo e da cidade, de diversos ramos e de estados de quatro regiões do País, terão a função de organizar as questões relacionadas a juventude e trabalho pela Central no próximo período. São eles: Vitor Espinoza (CTB-RS), Igor Pereira (CTB-RS), Juliana Matias (CTB Minas), Wallace Melo (Sinpro-PE), Alfredo Santiago (CTB-BA), Rose Santos (Sindicato dos Bancários de Sergipe), Maria Alves (Fetaemg), Dorenice Flor (Contag), Renato Pires (CTB-MS), Robson Porto (Sindicato dos Metalúrgicos de Betim - MG), Wellington Guilherme (Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna - SP), Luciane Severo (Sindicato dos Sapateiros Campo Bom - RS) e Kleiton Alder (Sindicato dos Metalúrgicos da Camaçari - BA).

Para o secretário nacional de Juventude da CTB, Paulo Vinícius, “O Coletivo Nacional que sai deste encontro é muito representativo, composto por entidades fortes de grandes ramos e de estados onde a CTB está organizada. Não é pouca coisa conseguir o compromisso destas entidades com a luta sindical nacional da juventude da CTB. Damos um salto e nos armamos para, na próxima gestão da CTB e da Secretaria da Juventude, poder realizar um trabalho mais coletivo, mais organizado e mais forte, dialogando com as preocupações da juventude e do Brasil”, avalia. 

Leia a íntegra da Carta da Juventude da CTB



Unir a Juventude que trabalha e estuda na luta sindical

A luta dos trabalhadores e trabalhadoras e da juventude nunca dormiu. Em 2013, o povo na rua nas maiores marchas desde o Fora Collor dá uma outra força para avançar nas mudanças e mudar a fase do projeto iniciado com a vitória de Lula em 2003. Queremos mais direitos e desenvolvimento. E precisamos lutar por isso, pois a crise mundial do capitalismo só tem a oferecer miséria, precarização do trabalho, guerras e degradação do meio ambiente. No Brasil, a direita neoliberal liderada pela mídia golpista fará de tudo para interromper o ciclo de vitórias conquistado pela juventude e os trabalhadores.

A juventude quer seu lugar no Projeto Nacional de Desenvolvimento
Expressando a liberdade nas ruas e nas redes, a juventude quer seu lugar no Projeto Nacional de Desenvolvimento. As marchas expressam a luta pela mobilidade urbana e o direito a cidade, melhores serviços na área da saúde e educação, profunda transformação na política, que mesmo com os avanços que tivemos, ainda não representa o povo. Contra essa mobilização haverá a resistência e as manipulações das velhas elites. É preciso evidenciar que a mobilidade urbana, os serviços de saúde e educação não vão melhorar enquanto os gastos com banqueiros e especuladores tomar quase metade do orçamento do Brasil, inviabilizando o desenvolvimento e o lugar da juventude.

A origem da corrupção é o peso do dinheiro na eleição dos representantes. Basta de eleger somente quem os banqueiros, os latifundiários, e empresários financiam. Queremos o lugar das mulheres, da juventude, dos negros, da classe trabalhadora. Política não é mercadoria. Reforma política já, com financiamento público e exclusivo de campanha.

A mídia continuará tentando manipular o povo e criminalizar os movimentos sociais enquanto houver o monopólio dos meios de comunicação. A juventude e os trabalhadores(as) estão nas ruas para expressar a liberdade que não encontram na telinha e nos jornalões. É preciso uma nova lei que desconcentre os meios de comunicação garantindo liberdade, pluralidade e diversidade. Por uma nova lei da mídia democrática já!

Posicionar a juventude trabalhadora nas lutas

Nesse cenário a juventude da CTB realiza em Belo Horizonte o seu 2º Encontro Nacional. Depende de nós o desafio de incorporar a energia transformadora da juventude que trabalha, e que trabalha e estuda, ao movimento dos trabalhadores e trabalhadoras. Somos mais de 60% da população economicamente ativa, sofremos na pele a dificuldade de conciliar trabalho e estudo, a precarização do trabalho, o desemprego. Lutamos por um Brasil desenvolvido no campo e na cidade, que respeite nossa voz, sem preconceitos por nossa idade, orientação sexual, cor da nossa pele, convicções políticas. Queremos mais direitos, e só com união da classe trabalhadora em luta que conseguiremos vitórias.

Para isso, a juventude da CTB dialoga com o 3º Congresso dessa vitoriosa central que já reúne cerca de 10% o sindicalismo em apenas 5 anos. Estamos convencidos da importância de nosso diálogo com a juventude trabalhadora a serviço de nossa central.  O povo unido jamais será vencido, e acreditamos muito na união dos jovens trabalhadores, estudantes e mulheres para impulsionar o fortalecimento da luta dos trabalhadores. Com esse bloco podemos acelerar as mudanças, botar o pé no acelerador e trocar de marcha. 

É preciso traçar alguns pontos para organizar esse time da juventude trabalhadora da CTB:
 
- 40 horas semanais já! Fim do fator previdenciário;
- Nenhuma direção da CTB ou sindicato da CTB sem secretaria da juventude! Queremos oportunidade de contribuir para as decisões da luta dos trabalhadores(as);
- Garantir na previsão orçamentária da CTB orçamento próprio da Secretaria de Juventude para as ações e atividades desta;
- Intensificar a luta pela educação. 10% do PIB para educação de qualidade, com creches para o povo, educação pública para a cidadania e o mundo do trabalho em todos os níveis no campo e na cidade com valorização dos trabalhadores da educação;
- Lutar por oportunidades de permanência da juventude no campo, garantindo a sucessão rural, fortalecendo a educação do campo;
- Lutar por reforma agrária garantindo assentamento dos jovens trabalhadores (as) rurais;
- Lutar pelo empoderamento das mulheres em todos os espaços, com equidade salarial de gênero;
- Fora Feliciano! Contra a homofobia;
- Levar o debate do estágio e ingresso no mundo do trabalho para as entidades representativas dos estudantes (grêmios, partidos e movimentos estudantis);
- Fortalecer o relacionamento da juventude da CTB com as centrais da América do Sul e em especial do cone sul Venezuela e Cuba;
- Criar condições para a conciliação do trabalho e estudo;
- Combater o assédio moral e sexual;
- Apoiar o projeto de lei de iniciativa popular que regulamente e democratize a mídia;
- Ampliar e melhorar a comunicação dos nossos sindicatos, aumentando a produção e divulgação de materiais em áudio e vídeo, disponibilizando o compartilhamento desses arquivos na internet;
- Mais transparência no sistema “S” contemplando: inclusão da formação voltada á agricultura de pequena e média escala e a ao empreendedorismo rural;
- Participar dos encontros de estudantes técnicos com campo e cidade;
- Lutar para garantir a qualidade do ambiente de trabalho, e combater a exploração da mão de obra juvenil cobrando que o Ministério do Trabalho tenha uma posição em defesa dos trabalhadores(as);
- Realizar festivais da juventude do campo e da cidade;
- Realizar reuniões do Coletivo Nacional para o ano com a CTB;
- Ampliar a organização da Juventude da CTB nos ramos onde estamos mais organizados;
- Criar uma escola nacional da CTB com garantia de participação dos jovens.
 
A juventude trabalhadora do campo e da cidade protagonista das mudanças que o Brasil necessita, fortalecendo as ações da juventude brasileira com as nossas bandeiras.
 
Belo Horizonte, 30 de junho de 2013.