quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Independência ou Globo?

19º Grito dos Excluídos a ser realizado em Porto Alegre com concentração no Largo Glênio Peres a partir das 08:30 do dia 07, terá como principais temas a reforma política e a democratização da mídia.
Com notória relação de subserviência ao regime ditatorial militar, a rede Globo, então apoiadora dos atos de tortura e censura, operacionaliza, desde sua fundação, uma verdadeira atuação de força político-partidária. A rede Globo, isto é, o grande complexo empresarial emissor de comunicação, por meio de suas afiliadas, dentre as quais a mais antiga e maior (grupo RBS), tem exercido concretamente um papel de partido político, não raro com discursos extremamente panfletários, sem qualquer isenção informativa. O mais monstruoso filhote da ditadura, que em recente publicação de seu principal periódico (jornal O Globo) admitiu o “erro” do “apoio editorial” ao golpe de 1964, parece nada ter aprendido com o eufemístico equívoco de décadas atrás. Equívoco que custou vidas de brasileiros que lutaram contra uma página infeliz de nossa história.
Embora o Brasil vivencie o regime da democracia burguesa, há a presença do significativo estado democrático de direito, que minimiza bastante os absurdos antes praticados no período da ditadura. Contudo, pouco avanço o país teve no combate ao monopólio da comunicação. O lapso temporal entre a promulgação da Constituição e hoje, não foi suficiente para alterar o nefasto quadro da ditadura midiática que engessa a conscientização popular, as mudanças sociais necessárias, e comanda o jogo político. Por óbvio, o controle da informação, igualmente, o monopólio da comunicação, muito mais do que um cerceamento ao direito a liberdade de expressão, é um flagrante abuso de poder político a desequilibrar em favor dos ricos e poderosos na permanente disputa político-social da democracia hodierna.
Evidentemente que não apenas a Globo, mas todas as grandes emissoras de comunicação, vulgarmente denominadas por “grande mídia”, são reais empreendedoras de informação, tratando da comunicação como mera mercadoria, vendendo notícias, e ignorando que a comunicação seja direito humano indisponível. Todavia, as organizações Globo e a editora primeiro de Abril, com sua malfadada revista Veja, formam o bloco mais asqueroso da grande mídia, posto sejam um solidificado partido político de direita, defensor rígido do sistema capitalista, e flexível apoiador de expoentes do neoliberalismo e da extrema-direita reacionária. Destarte, as famílias Marinho e Civita, junto com seus bajuladores gaúchos, a lava-pés família Sirotsky, configuram inconfundível partido político de direita conservadora, ainda que isso seja pouco perceptível para a população em geral, haja vista que as famílias-baronesas da comunicação inexistem no cenário eleitoral, deixando apenas candidatos e partidos fantoches submissos aos seus interesses na disputa visível. Tendo em vista o horrendo destaque dos alienadores de informação já citados, entende-se o porquê da indispensabilidade de focalizar nesses inimigos para avançar na luta pela democratização da comunicação.
Assim, tem-se inexorável desejo coletivo brasileiro de compreender o que ocorreu com o processo da Receita Federal 18471.001126/2006-14. Onde estão os autos que constam possível sonegação fiscal de empresas da rede Globo, chegando o auditor a pedir abertura de representação fiscal para fins penais? Por sinal, o que dizer de Cristina Mairis Meinick Ribeiro, funcionária da Receita, que sumiu com os processos movidos contra as empresas da Globo, e mesmo com a intensa “ajuda” que o Ministro do STF, alinhado às organizações Globo, Gilmar Mendes, tentou dar, acabou sendo condenada criminalmente? Onde estão os autos que comprovam sonegação fiscal de mais de R$ 1 bilhão (correção para valores atuais, somados às multas e juros, sobre o valor originário de R$ 183 milhões em 2002, que em 2006 na conclusão da investigação tributária contra a emissora já havia ascendido a R$ 615 milhões, e hoje passa de um bilhão de reais)? A Globo informa que já pagou tal dívida tributária. Porém, quando se consulta o referido processo na Receita Federal, infere-se a situação processual em trânsito, o que significa claramente ainda não ter sido paga a dívida da Globo com os cofres públicos. Ademais, se a Globo informa ter pago, por que não apresenta publicamente o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) comprobatório do pagamento? E, se pagou, pagou quanto (R$ 1 bilhão? Ou malandramente R$ 615 milhões, ou pior ainda, R$ 183 milhões?)?
Por ter apoiado o golpe militar de 1964, pensando somente no seu desenvolvimento, e ignorando a liberdade do povo brasileiro; por seguir sustentando a defesa da submissão nacional aos interesses imperialistas norte-americanos; por estar envolvida em suposto caso de gritante corrupção com enorme sonegação fiscal e desaparecimento dos autos processuais; por ter um de seus principais jornalistas (William Waak) apontados pelo wikileaks, como informante dos Estados Unidos na tarefa de espionagem imperialista no Brasil; por toda a memória, verdade e busca por Justiça; por todos os companheiros mortos e desaparecidos durante a ditadura, apoiada oficialmente pela Globo; é por todo o exposto, e é pelo Comandante, então tombado no combate ao regime militar, ora sustentado pela imunda emissora, que A Marighella, organização revolucionária a caminho do Socialismo Popular Brasileiro, ora transparente instrumento das lutas populares, exige o cancelamento imediato da concessão da rede Globo e de todas as suas afiliadas (rádio e televisão)!
O Governo brasileiro deve demandar o cancelamento da concessão por medida judicial, conforme determina a Constituição. De toda sorte, caso tenha coragem de tomar tal medida, o povo estará nas ruas, ao lado do Governo, para derrubar o monstro que tanto mal fez ao Brasil. Para tanto, crucial trocar o Ministro das Comunicações, pois o atual é praticamente funcionário da emissora. Não se pode aguardar 2023: Abaixo a rede Globo!
Por um marco regulatório da comunicação: queremos a democratização da comunicação para expressar a liberdade! Pela Ley de Medios nacional!
Queremos uma comunicação verdadeiramente democrática e popular! Queremos a voz do povo nas rádios e a visão do povo na TV. Queremos a regulação democrática das mídias! Queremos cadeia para os corruptos sonegadores de impostos! Queremos Justiça, com a revogação da lei de anistia, e julgamento dos apoiadores da ditadura militar, bem como dos torturadores e assassinos daquele regime autoritário!
Por uma Constituinte livre e soberana. Por uma Constituição democrática e popular, que coloque o Brasil no caminho do socialismo. Isso é bom para o povo, logo, isso é ruim para a Globo!
A Marighella, honrando a história do Comandante Marighella, que vive em nossas mentes, sonhos e corações, não tem tempo para não ter medo, e não hesitará esforços para derrotar a Globo, uma grande e histórica inimiga do povo brasileiro. Lutar contra a Globo é lutar pela independência nacional, pela independência da comunicação popular, é lutar contra a morte da política brasileira, contra a morte da informação, contra a morte da liberdade de expressão. A luta contra a Globo é estrategicamente revolucionária. Independência ou Globo? Temos certeza que o povo brasileiro lutará por sua independência, derrotando a Globo. Por isso, deixemos “que o povo brasileiro faça seu julgamento, e, na sua consciência lúcida e honrada, separe os que são dignos e coerentes daqueles que sempre foram servis e gananciosos”.
RBS mente! O povo não é bobo! Abaixo a rede Globo! Somos o Povo, e a rede Globo, nós vamos derrubar!
João Hermínio Marques é articulador de A Marighella, presidente da Frente Nacional dos Torcedores, advogado e aventureiro em blog (http://enfrentandobatalhoes.blogspot.com.br/)

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