quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A espionagem, a segurança e o capitalismo

 


O debate acerca das denúncias de espionagem norte-americana pelo mundo afora trouxe à tona um universo distante da nossa realidade. Um debate que todos achavam restrito aos filmes e à ficção.
Entretanto a espionagem, a sabotagem e a manipulação de foros internacionais existem.
As denúncias de Edward Snowden mostram que o ímpeto americano de tentar subjugar todos os países aos seus interesses vai muito além das iniciativas e medidas diplomáticas, políticas e econômicas.
O planeta assiste desde o final da segunda guerra, o crescimento exponencial da máquina militar estadunidense, que permite a este país estar presente em praticamente todos os conflitos, direta ou indiretamente.
Mas longe da ostentação belicista fomentada pela guerra fria, cresceu também um poderio imenso nas ações de inteligência.
O conjunto de agências norte-americanas de inteligência, que incluem as famosas CIA e NSA, se transformou em um estado paralelo alimentado pelo medo e com carta branca para realizar tudo: apoio e organização de golpes de estado, assassinatos seletivos, grampos, interceptações, sequestros e toda sorte de ilegalidades contra o mundo e também contra os norte-americanos.

Mas como fica o Brasil nisso?


O golpe de 64 foi emulado, apoiado e financiado pela Hidra americana e moldou nossos serviços de segurança e inteligência à imagem e semelhança de seus interesses.
Desde a redemocratização, o Brasil vive impasses ao tentar superar o desenho de nossa inteligência, que atuava focada única e exclusivamente contra a esquerda e os movimentos sociais.

O Brasil construiu uma nova organização, com objetivos e quadros formados dentro de uma nova perspectiva. Uma perspectiva focada na defesa de nossos interesses.
Mas longe de estruturarmos de fato nossa política de inteligência, ainda lutamos contra o preconceito e contra a indisfarçável desconfiança que a sociedade tem das atividades de inteligência.
Um exemplo é o fato da Comissão do Congresso responsável pela fiscalização das ações da ABIN ter demorado mais de 14 anos para ter um regimento que regulasse suas ações.
Outro exemplo é falta de regulações sobre as ações de inteligência.
Nossa fragilidade neste campo, somada ao alinhamento automático do tucanato e assemelhados aos interesses americanos nos deixou em uma situação dificílima para enfrentar a sanha controladora dos arapongas de todos os matizes.
O desmonte de nossa estrutura de comunicação nas privatizações de FHC, que vendeu nossos satélites e interrompeu nossas pesquisas em telecomunicações, foi um verdadeiro crime cujos autores andam soltos pelo país.
Por fim, a contaminação de setores do governo pelos interesses de empresas de internet e teles, impedem até o momento que um marco civil para internet seja aprovado. Um marco que regulamente o nosso direito de usar como quisermos a estrutura da internet, resguardando nossa privacidade e o papel transformador que a comunicação pode ter.

O quadro rascunhado neste texto, é muito mais complexo e amplo. Mas mesmo organizações e academias ainda vislumbram muito mais os detalhes que o todo.
Em 2011, acompanhei uma série de debates sobre o capitalismo cognitivo e a sociedade de controle realizadas pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, e muito do que se debateu ali beirava o delírio na visão dos militantes dos partidos de esquerda. Passados mais de dois anos, o que parecia paranoico se mostrou quase ingênuo.

As manifestações quase fascistas que vemos nas redes sociais mostram-nos que mais do que perder tempo em debates infindáveis com proto-revoltados, é preciso entender o alcance e a extensão que o capitalismo alcançou.

Hoje, graças a uma conjunção entre a nossa falta de capacidade reativa institucional, falta de regulação na preservação de nossos direitos cibernéticos, contaminação de forças de esquerda pela força do capital e a hipertrofia do controle americano temos um capitalismo que administra, consome e entra nos corações e anula as mentes de milhões brasileiros.
 
Gustavo Alves

Um comentário:

  1. PT é picareta, charlatão, vigarista e fake:

    Quem é perigoso é o Petismo! Com necessidade de PUBLICIDADE EM EXCESSO! E a toda hora, sem parar. Até hoje, em 2017!

    Haja vista a Coração Valente©.

    CORAÇÃO-VALENTE© é Publicidade e Propaganda do PT.

    Se se compra CARNE PODRE (com aparência de boa) — Carne fraca — é devido a ANÚNCIO e publicidade (ao estilo de João-o-Milionário-Santana). Ou, como um simples exemplo, a Revista “Carta Capital”, que é ultra publicitária do Petismo, sem nenhum senso-crítico.

    Tem gente naïve que nem percebe isso! burros e ingênuos, cheio nos blogs por aí.

    PT e entornos (os satélites), sobretudo a charlatã DILMA ROUSSEFF necessitam, precisam, URGEM usar de propaganda-publicidade, já que SÃO de QUALIDADES DUVIDOSAS, ruins. São bregas-barangos (o Petismo precisa de publicidade para “parecer” elegante, bom, de qualidade):

    é E-XA-TA-MEN-TE igual a nova propaganda da cerveja BRAHMA, em que a imagem de deusa faz com que “a CERVEJA PAREÇA BOA”! Como se fosse cerveja belga (belga = grande qualidade. Não precisa de propaganda...).

    ¿Não lembra a Engana-Trouxa, a brega CORAÇÃO-VALENTE©?…

    E LULA vigarista?

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